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 Sobre tw jonas 

A imagem é signo de uma ideia, e a ideia é signo das coisas.

 

                                                     Umberto Eco

” 

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Sou químico de formação. Comecei a fotografar por influência do meu amigo Elias Santos (que não vejo há séculos), artista plástico soteropolitano, cujos nus me arrebataram pela cor, pelo vigor e pela estranheza. Meu irmão me descolou uma Minolta Maxxum 7000 e me virei, esquema autodidata. Em 1998 não existiam esses cursos on-line, que são incríveis e ajudam pacas. Pô, nem computador eu tinha. Esse início foi de muita penúria, a grana pra filmes, revelação e ampliação era contada. Quase todos os nus que estão neste site foram desse período inicial. Enfim, fotografia é uma paixão da porra. Não, foi uma paixão da porra, agora é uma relação amorosa sólida. E como acontece em toda relação longa (fotografo há mais de 20 anos, de maneira intermitente, é verdade, mas é isso), o interesse, a dedicação e o tesão oscilam. É um tobogã. E tudo bem que seja assim. Às vezes preciso sair da fotografia, estudar outras coisas, pra voltar com a mente arejada e, talvez, se tiver sorte, ideias frescas. 

Sobre a fotografia, acho o seguinte. A perfeição e a retidão não conduzem à epifania; são o erro, a falha e o fracasso que o fazem. Quando vejo regras para se chegar a uma foto perfeita, a uma boa composição – a regra dos terços, por exemplo –, tenho vontade de ser medieval, como o personagem Jules do filme Pulp Fiction. Onde há dicas, vejo ordens, determinações de autoridades e prescrições, mesmo quando se tem o cuidado de dizer que não é disso que se trata.  No momento em que o fotógrafo deixa de ser tomado pela imagem e passa à obsessão técnica, a fotografia é assassinada (pelo tédio). Sem dúvida o aprendizado da técnica tem sua importância, mas tenho para mim que é a ideia tornada imagem, sua força, que deve ser apreciada. A beleza tá no esforço do artista para “tornar o invisível visível”, e nesse processo ele insiste, repete, não para atingir a perfeição – a bela fotografia, no caso do fotógrafo –, mas para se aproximar um pouco mais do seu objeto (um corpo, um pássaro morto) e trazer a vida que há nele, em sua plena imperfeição. “A imagem é signo de uma ideia, e a ideia é signo das coisas.” Errar (perder-se) encanta, o resto é tédio.

Vamos agora àquele papo furado, que efetivamente não diz nada sobre as imagens (tem algo de rancoroso nessa fala, eu sei). Participei de coletivas em locais como ICBA-Instituto Cultural Brasil-Alemanha (em Salvador), nos eventos Santa Teresa de Portas Abertas e MOLA - Mostra Livre de Artes (no Rio de Janeiro) e no evento Voodoohop (em São Paulo). Tudo meio mambembe, essa é a verdade. Contribuí com imagens para o curta experimental A Morte dos Idiotas, dirigido por Ricardo Rodrigues em 2007. Publiquei em 2015 algumas imagens no jornal de poesia RelevO. Em 2016, recebi o prêmio de terceiro lugar no 7º Euroclick – Prêmio do Centro Europeu de Fotografia. Em 2017, estive entre os 25 selecionados para a exposição #DesafioSP25 “A Cidade se transforma” na Doc Galeria. Em 2018, criei com Ricardo Rodrigues a editora Gosto Duvidoso, pela qual publiquei o livro de poesias e fotografias A descoberta do segundo sexo e o fotolivro Science is sexy, que esteve por um tempo no catálogo da Mocho Edições. No final de 2021, iniciei minha editora especializada em fotolivros, livros e zines de fotografia, o selo Vertigem

Vamo que vamo.
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